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A Criança Não é um Adulto em Miniatura: Repensando o Respeito à Infância

  • Foto do escritor: Thiago Loreto
    Thiago Loreto
  • 19 de set.
  • 3 min de leitura

Introdução


A infância é uma das fases mais ricas e complexas da vida humana. No entanto, no Brasil, ainda persiste uma visão ultrapassada: a de que a criança seria apenas um “adulto em miniatura”. Essa perspectiva negligencia suas necessidades próprias e desconsidera que ela é um ser humano em formação, com especificidades cognitivas, emocionais e sociais.

A questão não se limita apenas à psicologia, mas envolve toda a sociedade: professores, famílias, gestores e cidadãos. É necessário compreender que respeitar a criança não é um gesto de benevolência, mas sim o cumprimento de um direito garantido pela Constituição de 1988 e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) (Lei nº 8.069/1990).



A infância e suas especificidades


“A criança não é o padrão ideal criado por alguém: ela é única, importante e irrepetível.”


Crianças não são mal-educadas por rejeitarem contatos físicos excessivos. Elas apenas expressam sua individualidade. Da mesma forma que adultos não toleram invasões de espaço, as crianças também têm o direito de estabelecer seus próprios limites. O respeito a esses sinais é fundamental para o desenvolvimento saudável.


A psicologia do desenvolvimento, com autores como Jean Piaget e Lev Vygotsky, já mostrava que a aprendizagem e a socialização ocorrem de forma ativa e situada, a partir das experiências vividas e da interação com o meio (UNESCO, 2019).



A escola e os direitos básicos da criança


Dentro das escolas, a realidade muitas vezes não acompanha os princípios legais. Pedidos simples, como ir ao banheiro, tornam-se constrangedores: o aluno precisa pedir permissão, justificar-se diante da turma e, em alguns casos, até solicitar papel higiênico ao professor.

Mas a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, garante a todos os cidadãos o direito de ir e vir. Por que então esse direito é negado às crianças em ambientes escolares?


Essa contradição reforça um modelo autoritário que sufoca a autonomia infantil e gera efeitos negativos: vergonha, insegurança e até rejeição ao espaço escolar. Estudos da Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP) confirmam que situações de cerceamento e constrangimento podem impactar a autoestima e a confiança da criança no ambiente educacional (SBP, 2021).



O papel da sociedade e da educação


Não basta que a psicologia reconheça a criança como sujeito integral; a sociedade como um todo precisa assumir essa responsabilidade. O Unicef destaca que ouvir e respeitar a voz das crianças é essencial para fortalecer sua autonomia e construir relações de confiança dentro e fora da escola (Unicef Brasil, 2022).


Professores, por sua vez, têm papel fundamental: em vez de impor apenas “nãos”, podem criar ambientes pedagógicos que incentivem a liberdade de expressão e a compreensão das necessidades da criança. A autoridade do professor não deve ser vista como repressão, mas como mediação para o crescimento.



Considerações finais


Creio eu que seja de extrema importância lembrar que muitas vezes os jovens comparam as escolas à prisões e não à um ambiente saudável, seguro ou confortável e muitas vezes eles não se sentirão confiantes o bastante para seguir uma vida acadêmica, o objetivo da educação, do meu ponto de vista, deveria ser o oposto, oferecer em suas instituições um ambiente seguro para o livre debate de ideias, sem um julgamento constante e, bem, no geral um lugar de liberdade de expressão por si só, pois isto nos é garantido por lei e aos jovens e aos pequenos também deve-se ser garantido, deixe o seu comentário a respeito deste assunto, nosso blog não julga pensamentos de livre expressão, pelo contrário aqui o incentivamos!



Conclusão


A criança não é um adulto em miniatura — ela é um ser humano pleno, com direitos e necessidades próprias. Respeitá-la significa mais do que cumprir a lei: significa investir em uma sociedade mais justa, empática e consciente.

Se quisermos transformar a educação brasileira, precisamos começar entendendo que cada criança é única, e que sua dignidade deve estar no centro do processo educativo. Como defendia Paulo Freire, “a educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem”.


👉 Se você acredita que respeitar a infância é o primeiro passo para mudar o futuro da educação, compartilhe este artigo com colegas, educadores e familiares. Vamos juntos criar uma rede de reflexão e transformação em prol de nossas crianças.





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