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Educação como Responsabilidade Coletiva: De Aristóteles aos Desafios Contemporâneos

  • Foto do escritor: Thiago Loreto
    Thiago Loreto
  • 17 de set.
  • 3 min de leitura

Introdução


Quando falamos em educação pública, tendemos a pensar em debates atuais sobre investimento, currículo e qualidade de ensino. No entanto, já na Grécia Antiga, Aristóteles (384–322 a.C.) defendia que a educação deveria ser responsabilidade do Estado e, ao mesmo tempo, de cada homem livre e saudável. Essa visão, registrada em sua obra Política, permanece surpreendentemente atual: a educação não é apenas um bem individual, mas um bem público essencial para a vida em sociedade.


No Brasil de 2025, entretanto, essa consciência parece distante. Apesar de avanços pontuais, ainda convivemos com infraestruturas precárias, baixa valorização docente e um modelo educacional engessado, que mede todos os estudantes pela mesma régua e negligencia talentos individuais. A pergunta que fica é: o que falta para resgatarmos a noção de educação como responsabilidade de todos?



Texto Original Ampliado e Validado


Na Grécia antiga o filósofo Aristóteles acreditava que a educação deveria ser responsabilidade do Estado, mas que o Estado, por sua vez, deveria ser responsabilidade de todo o homem livre e saudável. Ou seja, a educação deveria ser responsabilidade de todos. Talvez devesse ser assim hoje em dia: sermos livres e buscarmos manter o que é do bem comum — não apenas por nos pertencer individualmente, mas por ser um direito coletivo.


E isso não se refere somente à educação, mas também a tudo que compõe o bem público, como saúde, segurança e saneamento básico. Se essa visão lhe parece antiquada, é porque trata-se de uma referência com mais de 2.340 anos, formulada em uma época em que pouco se pensava sobre educação de massas, mas em que, paradoxalmente, havia uma formação sólida para as elites.


Hoje é fácil pensar que alguém já falava sobre educação em 330 a.C., mas o ponto central é: por que a educação de hoje, em muitos aspectos, é igual ou até inferior à daquela época? Por que os legisladores contemporâneos, como homens livres, não zelam pelo bem, pela evolução e pelo futuro da educação?


O Brasil, por exemplo, ainda sofre com desigualdades educacionais gritantes. O relatório do Todos Pela Educação (2023) mostra que apenas 58% dos jovens de 19 anos concluíram o ensino médio no tempo esperado, e menos de 40% atingem níveis adequados de aprendizagem em matemática (Fonte: Todos Pela Educação).


Seguimos aplicando modelos padronizados, medindo todos os jovens com a mesma régua, impondo objetivos homogêneos e desconsiderando os interesses e singularidades individuais. Esse modelo engessa a criatividade e sufoca talentos que poderiam florescer em diferentes áreas.


Deixamos de atender às expectativas dos alunos em relação à escola, aprisionamos o espírito criativo e empreendedor, e, muitas vezes, jogamos a chave fora. E, no fundo, quando esses jovens não encontram espaço para desenvolver sua identidade, sabem exatamente quem os impediu: um sistema que deveria ser de acolhimento, mas se tornou de exclusão silenciosa.


É preciso reconhecer que o exemplo do professor é determinante. O interesse, a curiosidade e a motivação dos alunos estão diretamente ligados ao engajamento docente. Essa não é apenas uma tarefa de professores, mas também de pais, equipes diretivas, legisladores e sociedade civil. Afinal, a educação é, e sempre será, uma responsabilidade coletiva.



Conclusão


Se Aristóteles, há mais de dois mil anos, já reconhecia a educação como um dever coletivo, por que ainda relutamos em assumir essa responsabilidade no século XXI? O Brasil precisa urgentemente ressignificar sua visão de escola: menos como espaço de padronização, mais como espaço de desenvolvimento integral.


Os dados mais recentes do INEP (2023) reforçam a urgência: o IDEB do ensino médio estagnou em 3,9 pontos, muito abaixo da meta projetada para a década (Fonte: INEP). Ignorar esse cenário significa condenar gerações inteiras a oportunidades limitadas e um futuro incerto.


Portanto, precisamos de políticas públicas que valorizem professores, incentivem currículos flexíveis e resgatem a função social da escola como lugar de cidadania, criatividade e liberdade. Mais do que isso, precisamos de cada cidadão comprometido com essa causa, tal como Aristóteles defendia.


👉 Compartilhe este artigo para que mais pessoas entendam que a educação é responsabilidade de todos nós. Quanto mais discutirmos esse tema, maiores as chances de transformar a realidade de milhões de estudantes brasileiros.







📌 Fontes consultadas:



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