O Instituto de Artes da UFRGS pede socorro: descaso histórico com a educação artística

Introdução

Nas últimas décadas, o cenário da educação artística no Brasil vem sofrendo com falta de investimento, infraestrutura precária e pouca valorização institucional. Infelizmente, esse problema não está apenas nas escolas de ensino básico, mas também alcança universidades de grande tradição, como a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Em agosto de 2025, um vídeo publicado por Carlos VölkerFecher, diretor do Instituto de Artes (IA) da UFRGS, trouxe à tona a situação alarmante enfrentada pela unidade. Esse alerta não é isolado: ele reflete um histórico de negligência com a arte e com os espaços destinados à sua prática e ensino. Confira a reportagem completa no jornal Zero Hora.

O descaso relatado no próprio coração da arte

“O Instituto de Artes da Ufrgs pede socorro”, abre o vídeo de Carlos VölkerFecher, diretor do Instituto de Artes (IA) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, publicado no final de agosto.

Já trouxe aqui em nosso blog o descaso com as artes na educação básica, pois é o mais comum, porém recentemente o diretor do Instituto de Artes da UFRS publicou um vídeo onde já no começo ele deixa claro a situação calamitosa do departamento da instituição, ainda ao decorrer do vídeo esclarecesse ainda mais.

Em entrevista ao canal de comunicação Zero Hora General Machado, docente do curso de Teatro disse:

“Os prédios são antigos, a estrutura é precária, então, sempre é preciso ter uma manutenção, e nem sempre se tem verba para isso.”

Me arrisco a dizer com base nessa fala e em tantos outros estudos meus que a questão não é com o prédio, ou com a verba, mas com o curso e as pessoas que têm paixão por ele e querem fazê-lo acontecer. Sempre há algo mais importante que a arte quando se trata de urgência, condições dignas de trabalho e atividade, a aceitação disso é impossível para nós que vivemos a arte todos os dias.

“Para VölkerFecher, a reitoria tem se mostrado dedicada às demandas do Instituto, mas negociações não se mostram suficientes. “Precisamos ter um lugar correto para se fazer arte. Nós trabalhamos com arte e não podemos trabalhar com um material que não está bem preparado, mal conservado”, frisa.

Este é o trecho final da reportagem do jornal Zero Hora: “negociações não se mostram suficientes.” Negociam, negociam e negociam mais e nunca sai do papel? Na reportagem ainda é dito que um espaço da antiga escola de medicina da própria instituição fora cedido há anos quando o prédio novo dedicado ao curso de medicina estivesse finalizado em 2022. Hoje, o espaço antigo está abandonado e não há previsão para mudança, mesmo porque há nesse também a necessidade de reformas devido ser um prédio histórico demasiado antigo.

Conclusão: a urgência de olhar para a arte como ciência e patrimônio

O quadro revelado pelo Instituto de Artes da UFRGS é apenas a ponta do iceberg de um problema que se repete em várias instituições brasileiras: a negligência com a arte e seus espaços de produção. Sem infraestrutura adequada, não há como garantir o desenvolvimento pleno dos estudantes nem da própria cultura do país.

Estudos da UNESCO reforçam que a arte é pilar fundamental da educação e deve estar presente em todas as etapas, desde o ensino básico até a universidade, com qualidade e respeito. A realidade descrita pelo diretor VölkerFecher e por docentes como General Machado mostra que, no Brasil, ainda estamos longe desse ideal.

É preciso dar visibilidade a esse debate para que gestores públicos, universidades e a sociedade civil entendam que investir em arte é investir em conhecimento, cidadania e futuro.

👉 Se você também acredita que a arte deve ser respeitada como ciência e como profissão, compartilhe este artigo com colegas, professores e amigos. Quanto mais pessoas souberem da realidade do Instituto de Artes da UFRGS, maior será a pressão por mudanças reais.