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Arte, mercado e valor social: por que a crítica à “banalidade” perde o foco

  • Foto do escritor: Thiago Loreto
    Thiago Loreto
  • 8 de out.
  • 4 min de leitura

Introdução


É comum ouvir que “arte é futilidade” ou que serve apenas ao consumo de elites — uma crítica que ganhou força com bolhas especulativas digitais (NFTs). Mas reduzir a arte ao mercado apaga seu papel cultural, pedagógico e político. Abaixo trago seu texto original (na íntegra), seguido de um comentário contextualizado, evidências e recomendações práticas.



Uma crítica geral que deve ser revista


Estando distante e observando de fora a arte parece pequena, fútil e limitada, tendo alguns de seus maiores críticos, como pessoas comuns da sociedade, dizendo que “arte é irrelevante, é apenas uma banalidade para o rico ter com que gastar.” E pode até haver uma certa verdade nesta crítica, mas não creio que a arte se limite a isto, ora você está lendo meu artigo sobre arte, você é um magnata? Não? Então porque se preocupa com o que tenho a dizer sobre este tema “banal”? Compreende a complexidade desta crítica agora? Certo, veja bem, as NFT’s por exemplo, são ótimos exemplos para esta crítica, coleções repetitivas de imagens muito semelhantes umas às outras com pouca diversidade de personalidade, vendidas por milhões, mas e o artista que produz artes de brechó por exemplo, ele se enquadra nesta crítica? E o artista que cria as texturas do CGI de um grande filme, ou vídeo jogo? Ou um animador de desenhos animados, eles podem receber esta crítica? O grafiteiro que muda e colore as cidades, pode ser enquadrado por esta crítica? Não? Então esta crítica não é sobre arte, é sobre mercado e mesmo assim será que ela é válida? Bem, buscamos o melhor profissionalmente sempre, em busca de reconhecimento e de valorização, tanto de pessoas importantes quanto monetariamente falando, porque o artista não pode ter estes reconhecimentos e principalmente do reconhecimento monetário, o que faz o artista e sua arte ser considerado banais enquanto outras profissões são extremamente valorizadas?


Veja, através da arte podem-se iniciar guerras, acabar com elas, iniciar revoluções, segregar povos, unir povos, o mundo gira em torno do que é visual, se te perguntar quais são as cores de uma árvore você provavelmente irá pensar em marrom e verde, se for uma macieira seus frutos serão vermelhos mesmo que existam maçãs verdes e o que isso tem a ver com o tema? Bem se o mundo é visual e a arte tem o poder que tem, porque ela não pode, ou não deveria ser valorizada, ou tão valorizada? Pôde-se garantir a paz mundial a traves das artes, de todas elas, desde a sonora até a visual, bem na Grécia antiga Platão já dizia que deveríamos observar e cuidar as músicas que o governo disponibiliza ao povo, pois esta é capaz de elevá-lo ou diminuí-lo, entende a complexidade por traz da simplicidade da arte, vê como é importante?


E isso tudo é claro, sem contar os anos de estudos dos artistas, as técnicas que são desenvolvidas, métodos novos que são descobertos o trabalho diário e constante de centenas de artistas que não alcançaram as grandes galerias, os cinemas, as grandes empresas de vídeo jogos AAA, o artista que busca a arte está sempre estudando, sempre aprendendo e se inovando, se reinventando e se redescobrindo e isso custa muito caro, centenas de horas de trabalho duro e incessante pela busca do reconhecimento, mesmo que alguns queiram negar o reconhecimento deles.



Síntese e evidências rápidas


  1. Crítica ao mercado (incl. NFTs): o surgimento dos NFTs trouxe debates legítimos sobre especulação e mercantilização — muitos projetos foram colecionáveis com pouco valor estético duradouro, o que alimenta a percepção de “banalidade”. Ao mesmo tempo a tecnologia abriu novas possibilidades de renda e visibilidade para criadores.


  2. Contexto do mercado global: o mercado de arte é volátil; relatórios recentes mostram contrações em segmentos de alto valor e queda nas vendas especulativas, sem que isso anule o valor cultural da produção artística.


  3. Poder social e político da arte: arte e cultura mobilizam sentidos, moldam narrativas e influenciam comportamentos (de protestos a processos de paz). Organismos como a UNESCO defendem arts education como ferramenta de coesão, valores cívicos e cidadania.


  4. Tradição filosófica: desde Platão já se discutia que música e formas culturais moldam o caráter e a vida em comum — o argumento de que a arte “forma” o indivíduo e a polis tem longa história.



O ponto central


A crítica “arte = luxo fútil” confunde valor de mercado com valor cultural. Mercado pode inflacionar ou desvalorizar obras; cultura e educação transformam sentido, reputação e função social da arte. Reduzir arte ao preço é perder de vista seu papel formativo, político e simbólico.



O que professores e diretores podem fazer


  • Ensinar linguagem + contexto: combine técnica (oficinas) com discussões sobre mercado, ética e função social da arte. (Unesco recomenda integrar cultura e educação.)


  • Projetos locais com impacto social: murais, mostras comunitárias e ações participativas aproximam a arte da vida cotidiana e combatem a ideia de “elite”.


  • Explorar mídias digitais com crítica: use NFTs e arte digital como estudo de caso — ensino crítico sobre direitos, economia e estética, não só promoção de vendas.


  • Conectar alunos ao mercado real: oficinas sobre portfólio, curadoria escolar, plataformas digitais e editais; mostrar caminhos profissionais (games, cinema, design, ensino).



Conclusão


A acusação de que “arte é futilidade” é compreensível no auge de bolhas mercadológicas, mas não é uma descrição completa. A arte produz significado, molda valores e pode transformar contextos sociais. Professores têm papel decisivo: ao unir técnica, crítica e circulação, transformam suspeita em reconhecimento — e ajudam jovens a verem a arte como destino profissional sério e como força social.


Se concorda compartilhe este artigo e comente — qual ação você considera priorizar na sua escola: oficinas técnicas, projetos comunitários, ensino sobre economia criativa, ou parcerias culturais? Vamos mapear soluções práticas.





Fontes e links






Meta (SEO): arte e mercado, NFTs, valor da arte, arte e política, educação artística, UNESCO.

Meta description: Debate sobre a ideia de que “arte é supérflua”: análise do fenômeno NFTs, papel social/político da arte e recomendações práticas para professores e gestores que querem valorizar a arte na escola.


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