
Arte-Educação: por que professores de artes não orientam artistas no ensino básico
- Thiago Loreto

- 20 de ago.
- 2 min de leitura
Introdução
Durante o ensino básico senti a ausência de encaminhamento, de uma direção clara sobre o que fazer com meus conhecimentos em artes. Hoje, estudando para me tornar professor, entendo melhor esse cenário. Segundo dados, cerca de 70% dos educadores de artes não possuem formação específica na área. Isso explica por que, muitas vezes, as aulas de artes se limitam ao que está no currículo oficial — preparado por gestores que não vivem a arte no dia a dia, mas sim o aspecto burocrático da educação.
Essa lacuna acaba privando os estudantes de uma formação artística mais significativa, capaz de despertar talentos e orientar futuros profissionais.
Como ser um professor de artes fora da curva
Para ser um bom professor de artes, não é preciso muito além de comprometimento real com a prática artística. Conhecimentos básicos em:
Técnicas de desenho (ponto de fuga, perspectiva, formas tridimensionais e bidimensionais);
Escultura e outras linguagens visuais;
História da arte e suas conexões culturais.
Esses elementos já colocam o educador em destaque, mostrando ao aluno que ele aprende com alguém que vive o que ensina.
Além disso, a formação em licenciatura em artes visuais (ou em outros ramos da arte) é essencial para unir a prática ao preparo pedagógico. Infelizmente, essa área ainda é pouco valorizada no Brasil. Mas se pensarmos na importância histórica da arte — desde os homens das cavernas até as representações simbólicas no Egito Antigo —, fica claro que a arte sempre foi um pilar da comunicação e da cultura humana.
Ser “fora da curva” significa também acolher os alunos que sonham em viver da arte. Isso envolve orientar caminhos para áreas como:
Produção artística profissional;
Educação e arte-educação;
História da arte;
Consultoria cultural;
Curadoria e museologia;
Artes digitais e novas mídias.
O professor que enxerga esse potencial transforma a sala de aula em um espaço de possibilidades, não apenas de conteúdo engessado.
Conclusão
Este artigo foi escrito pensando nos professores e educadores de artes do ensino básico. Se você é professor, fica aqui um convite: seja o professor de artes que você gostaria de ter tido. Inspire, direcione e mostre caminhos para que seus alunos enxerguem que é possível viver da arte, no Brasil ou fora dele.
E se você é aluno e sente falta de um ensino de artes mais engajado, compartilhe este artigo com seu professor. A arte só cresce quando é vista como transformação.



Comentários