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Salários dos Professores na Educação Básica no Brasil: Realidade, Impactos e o que está em jogo

  • Foto do escritor: Thiago Loreto
    Thiago Loreto
  • 28 de ago.
  • 3 min de leitura

Introdução


A valorização dos professores é essencial para uma educação de qualidade — e parte direta dessa valorização passa pela remuneração digna. No Brasil, porém, a realidade mostra que esses profissionais continuam sub-remunerados, o que impacta a carreira e a atratividade da profissão. Este artigo traz dados confiáveis, análises atuais e perspectivas críticas para entender o cenário e impulsionar mudanças necessárias.



1. Panorama salarial: realidades diversas segundo a rede de ensino


Segundo o Anuário Brasileiro da Educação Básica 2024, publicado por Todos Pela Educação com base em dados do Inep e RAIS, a remuneração bruta média equivalente a 40 horas semanais é de:


  • Rede pública federal: R$ 12.977,57

  • Rede estadual: R$ 4.946,54

  • Rede municipal: R$ 4.896,65

  • Rede privada: R$ 3.534,28


Isso evidencia o contraste entre as esferas do serviço público (especialmente federal) e o ensino privado.



2. Piso nacional: trajetória, percentual e comparação com o custo de vida


Em 2025, o piso salarial do magistério para a rede pública está fixado em R$ 4.867,77 para 40 horas semanais — um reajuste de 6,27%, acima da inflação (IPCA 4,83%)  . Apesar desse reajuste legal, muitos professores das redes estaduais e municipais recebem pouco acima desse valor.



3. Comparativo internacional: o professor brasileiro ganha metade dos colegas da OCDE


Dados da OCDE mostram que os professores dos anos finais do ensino fundamental no Brasil recebem, em média, US$ 23.018 por ano (cerca de R$ 128 mil). Esse valor é 47% menor do que a média dos países da OCDE (US$ 43.058, aproximadamente R$ 237 mil)  . Além disso, os docentes brasileiros lecionam mais horas por ano (800 h contra 706 h na OCDE) e têm turmas muito maiores (22–23 alunos vs. 13–14 na OCDE)  .



4. Setor privado versus público: não é verdade que privado sempre paga mais


Estudo publicado pela Agência Brasil e com base em dados de 2018 mostra que os professores da rede privada ganhavam, em média, R$ 3.399,19 para 40 horas semanais — enquanto na rede pública a média era R$ 4.585,53  . A diferença se agrava com a pandemia, que trouxe redução de salários, precarização e adoção de regimes de cargas mais flexíveis.



5. Carreira achatada: dificuldade de crescimento salarial


Pesquisa do Movimento Profissão Docente, realizada com secretarias estaduais em 2022, sinaliza que mesmo após anos de magistério, o salário médio não ultrapassa 50% acima do valor inicial — revelando ausência de progressão salarial real e políticas de valorização contínua  .



Impactos dessa realidade


  • Desvalorização e evasão docente: baixos salários e carreiras sem progressão desestimulam a permanência de profissionais qualificados.

  • Qualidade do ensino comprometida: professores com remuneração insuficiente têm menos tempo e recursos para aprimorar-se e apoiar os alunos.

  • Reprodução de desigualdades: escolas em zonas mais frágeis tendem a atrair menos talentos, aprofundando disparidades regionais na educação.



Conclusão e reflexão


A remuneração dos professores no Brasil continua aquém do que merece, especialmente quando comparada a padrões internacionais e mesmo à média nacional. Para valorizar verdadeiramente a carreira docente, é necessário repensar políticas salariais, investir na progressão funcional e garantir condições dignas de trabalho.


Se você acredita que valorizar os professores é investir no futuro do país, curta este artigo e compartilhe com colegas, gestores e formadores de opinião para fortalecer a discussão sobre a valorização docente.


Juntos, podemos construir um sistema educacional mais justo e eficaz.





Referências


  • Remuneração média por rede (Inep/RAIS) — Todos Pela Educação (2024)

  • Piso salarial 2025 — Ministério da Educação (MEC)

  • Salário anual docente e comparação com OCDE — Education at a Glance 2024, OCDE

  • Carga horária e proporção aluno-professor — Folha de S. Paulo / OCDE

  • Salários rede privada x pública — Agência Brasil (2018)

  • Pesquisa sobre progressão salarial — Movimento Profissão Docente


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© 2025 por Thiago Loreto.

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