
Como Ensinar Arte na Sala de Aula
- Thiago Loreto

- 22 de ago.
- 3 min de leitura
Introdução
A arte ocupa um espaço essencial no currículo básico brasileiro, mas muitas vezes é negligenciada em práticas escolares. No Rio Grande do Sul, terra rica em referências artísticas — do Instituto de Artes da UFRGS ao Atelier Livre Xico Stockinger —, essa disciplina tem potencial não apenas para formar artistas, mas para moldar cidadãos sensíveis, críticos e criativos .
Neste artigo, vamos explorar estratégias eficazes para ensinar arte na sala de aula do ensino básico gaúcho, enfrentando os desafios de valorização e acesso que muitos pequenos artistas ainda enfrentam.
1. A centralidade da arte no currículo brasileiro
A BNCC (Base Nacional Comum Curricular) reconhece o componente Arte como fundamental para a formação integral do aluno, destacando sua importância para o desenvolvimento de habilidades como criação, fruição, crítica, expressão e reflexão . Essas competências não se limitam à técnica: envolvem sensibilidade, cultura e protagonismo estudantil — caminhos fundamentais para preparar os pequenos artistas do futuro.
2. Desafios enfrentados pelos alunos nas escolas gaúchas
Apesar do potencial da arte, ela enfrenta obstáculos graves:
Percepção limitada da disciplina, vista como “atividade extra” ou decorativa e não parte essencial da formação .
Fragilidade da formação docente, especialmente em contextos públicos, onde faltam métodos pedagógicos sólidos e materiais adequados .
No RS, muitos alunos têm acessos simbólicos à arte por meio de exposições institucionais, mas a vivência criativa no cotidiano escolar ainda é incipiente.
3. Estratégias para ensinar arte com foco no futuro dos alunos
a) Valorize a Arte como meio de expressão cultural
Introduza conteúdos que conectem os estudantes à cultura local, indígena, popular e contemporânea. Isso amplia seu repertório e fortalece sua identidade cultural .
b) Promova a arte interdisciplinar
Incorpore a prática artística em outras áreas do currículo — literatura, ciências, história local — estimulando projetos integrados e criativos.
c) Crie um ambiente escolar que viva a arte
Pequenas exposições, oficinas colaborativas, intervenções visuais no pátio e uso de materiais reutilizáveis ajudam a trazer a arte para o dia a dia dos alunos.
d) Desenvolva autonomia e protagonismo
Faça com que os alunos apresentem seus trabalhos, expliquem seus processos, receba feedback dos pares e da comunidade. Isso fortalece autoria e autoestima.
4. Inspirações locais: incentivar sonhos e trajetórias
Projetos artísticos transformadores no RS são provas do poder da arte educacional:
O Instituto de Artes da UFRGS foi fundamental para a profissionalização artística e cultural no estado .
O Atelier Livre Xico Stockinger promove arte acessível e experimental desde 1961, nutrindo talentos locais .
A Orquestra Villa-Lobos em Porto Alegre oferece iniciação musical em áreas vulneráveis, mostrando como a arte pode transformar vidas e comunidades .
Esses exemplos mostram que, quando a arte é promovida de forma intencional, ela abre portas para o futuro, seja no campo artístico, cultural ou social.
Conclusão
Ensinar arte no Rio Grande do Sul é projetar o futuro. Quando o professor valoriza a expressão cultural, desenvolve autonomia criativa e integra a arte ao cotidiano escolar, cria espaço para que o aluno — mesmo o mais tímido — encontre e cultive seu lugar nesse mundo repleto de possibilidades.
A arte, quando ensinada com propósito, deixa de ser mera matéria e se transforma em caminho de vida.
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