A Urgência de Melhorar o Ensino Básico no Brasil
- Thiago Loreto
- 8 de set.
- 2 min de leitura
Introdução
A frase “a educação no Brasil é perfeita e não há o porquê debater melhorias” soa absurda diante da realidade que vivemos. O país enfrenta sérios desafios em sua estrutura educacional, principalmente no ensino básico, etapa essencial para preparar crianças e adolescentes para o futuro acadêmico e profissional. Investimentos públicos e privados são importantes, mas a transformação depende também de professores, alunos e da sociedade em conjunto.
O Retrato da Educação Básica Brasileira
De acordo com o Censo Escolar 2023, mais de 47 milhões de alunos estão matriculados na educação básica brasileira (INEP, 2024). Porém, dados do SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica) mostram que 7 em cada 10 estudantes do 9º ano não conseguem interpretar adequadamente textos e quase 6 em cada 10 não dominam operações matemáticas básicas.
Isso reflete diretamente no desempenho no ENEM e em vestibulares. Muitos alunos, ao concluírem o ensino médio, não estão prontos para o ensino superior nem para o mercado de trabalho. Surge, então, a necessidade de cursinhos, reforços e gastos extras que poderiam ser evitados se o ensino básico cumprisse plenamente seu papel.
Onde Precisamos Melhorar?
Formação docente: Cerca de 30% dos professores da educação básica não têm formação específica na área em que lecionam (MEC, 2022). Isso impacta diretamente a qualidade do ensino.
Infraestrutura escolar: Um levantamento do Todos Pela Educação (2023) revelou que 37% das escolas públicas não têm biblioteca e 46% não possuem laboratórios de informática.
Currículo e práticas pedagógicas: Ainda prevalece a memorização em detrimento do pensamento crítico, criativo e interdisciplinar.
O Papel do Ensino Superior na Mudança
Se os alunos da educação básica pouco podem fazer, no ensino superior está a chave para transformação. Futuros professores devem pesquisar e inovar em metodologias, rompendo com padrões engessados.
Oferecer experiências práticas, conteúdos conectados ao cotidiano e incentivar o prazer pelo aprendizado são passos fundamentais. Como destaca Paulo Freire: “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produção ou construção”.
Conclusão
A melhoria do ensino básico não virá de promessas vagas ou apenas de investimentos financeiros, mas do engajamento coletivo e da inovação em sala de aula. Ser o primeiro a agir diferente, a oferecer experiências novas e significativas, é o caminho para transformar o futuro da educação no Brasil.
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