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A Falta de Formação dos Professores de Artes e o Impacto na Vida dos Jovens Artistas

  • Foto do escritor: Thiago Loreto
    Thiago Loreto
  • 9 de set.
  • 3 min de leitura

Introdução


Um marco que mudou minha forma de ver o ensino da arte durante o ensino básico foi assistir a uma aula da graduação em Artes Visuais. Naquele momento, a professora relatou um dado alarmante: cerca de 70% dos professores de artes no Brasil não possuem formação específica na área (INEP, 2021). Foi nesse instante que compreendi como cheguei à faculdade sentindo tantas lacunas na minha formação artística.


Estou cursando licenciatura em Artes Visuais porque, depois de muito andar pelo mundo da arte sem realmente me encontrar profissionalmente, percebi que havia uma falta de instrução — não de técnica ou talento, mas de direcionamento. Só no final do primeiro semestre da faculdade essa certeza se consolidou: me faltou orientação de onde ir e o que fazer com os conhecimentos que já possuía.



Jovens Artistas Sem Direção


Acredito que muitos jovens com potencial para o mundo artístico passam pelo mesmo. Eles possuem habilidades, criatividade e dedicação, mas não encontram aconselhamento, apoio e caminhos claros para transformar talento em profissão.


Isso não é apenas falha de um professor ou de uma escola em particular. É uma falha estrutural do sistema educacional brasileiro. A ausência de professores especializados em artes visuais e áreas afins cria um vazio formativo. E esse vazio custa caro: não só sonhos interrompidos, mas carreiras inteiras que poderiam florescer e se consolidar.


Segundo dados da UNESCO (2019), a presença de professores qualificados é um dos fatores mais determinantes para o desenvolvimento de talentos artísticos e criativos em jovens. Quando esse apoio não existe, o sistema educacional limita as possibilidades profissionais e reduz a autoestima dos alunos que buscam se expressar pela arte.





O Papel da Formação Específica em Artes


O ensino de artes na educação básica deveria ir além de “preencher o tempo” com atividades livres. Ele precisa apresentar:


  • Fundamentos técnicos: luz, sombra, perspectiva, geometria, cor, contraste.

  • Diversidade de linguagens: pintura, escultura, gravura, artes digitais, música, dança.

  • Caminhos profissionais: desde museus e galerias até o mercado de entretenimento, design e tecnologia.


Com professores preparados, o ensino da arte deixa de ser apenas uma disciplina complementar e se torna uma ferramenta para formar cidadãos criativos, críticos e conscientes do mundo em que vivem.



O Que Pode Ser Feito?


  1. Formação docente especializada: investimento público em programas de formação e atualização para professores de artes.

  2. Valorização profissional: salários e condições de trabalho melhores, que atraiam talentos para a área educacional.

  3. Integração entre escola e mercado artístico: parcerias com artistas locais, museus, centros culturais e universidades.


No Brasil, iniciativas como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) já reconhecem a importância da arte no desenvolvimento do aluno (MEC, 2018). Porém, a implementação ainda é desigual e insuficiente.



Conclusão


A falta de formação específica dos professores de artes não é apenas um problema acadêmico — é um problema social. Ela impede que jovens talentos descubram seus potenciais, limita sonhos e dificulta a construção de carreiras sólidas no mundo artístico.


Enquanto futuro professor, meu objetivo é diferente: quero ser parte da mudança que vai mostrar aos jovens que a arte tem valor, caminhos e futuro. Se a cada turma eu conseguir inspirar pelo menos um aluno a seguir pela arte com seriedade, já terei feito o que tantos professores não puderam fazer por mim.


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Fontes


  • INEP. Censo Escolar da Educação Básica 2021. Disponível em: link

  • UNESCO. Arts Education: Why it matters. 2019. Disponível em: link

  • MEC. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). 2018. Disponível em: link


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© 2025 por Thiago Loreto.

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