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Brasil bate recorde: 10,2 milhões de matrículas no ensino superior (2024) — por que a EaD cresceu tanto e o que isso significa

  • Foto do escritor: Thiago Loreto
    Thiago Loreto
  • 29 de set.
  • 4 min de leitura

Introdução


O Censo da Educação Superior de 2024 trouxe um marco histórico: o Brasil alcançou 10.227.226 matrículas no ensino superior — alta de 2,5% em relação a 2023 — e, pela primeira vez, a modalidade a distância (EaD) representa a maioria das matrículas em graduação. Esses dados confirmam uma transformação estrutural no acesso à educação superior e levantam perguntas urgentes sobre qualidade, equidade e o papel das instituições no novo cenário.



Panorama e tendência: o que dizem os números


O Censo 2024 do INEP registra que o crescimento do total de matrículas manteve a tendência dos últimos anos, impulsionado principalmente pela expansão da Educação a Distância. Em 2024 a EaD já corresponde a mais da metade das matrículas de graduação (50,7%), com aumento expressivo em cursos tecnológicos e licenciaturas. A rede privada concentra a maior parte das matrículas EaD.


Relatórios de entidades setoriais confirmam: entre 2013 e 2024 houve crescimento acumulado nas matrículas superiores que transformou o perfil da educação superior brasileira — com mudança importante na composição entre presencial e a distância. O Mapa do Ensino Superior e análises de organizações do setor mostram migração significativa para cursos EaD, sobretudo em cursos tecnológicos e licenciaturas.



Por que a EaD cresceu tanto? Principais fatores explicativos


  1. Acesso e flexibilidade — EaD permite conciliar trabalho, família e estudos; é a opção para quem precisa estudar fora do horário comercial ou em cidades sem campus presencial.


  2. Expansão da oferta privada — instituições privadas ampliaram massivamente cursos EaD, com investimento em plataformas e marketing, reduzindo barreiras geográficas.


  3. Herança da pandemia — a experiência de ensino remoto acelerou adoção de ambientes virtuais de aprendizagem e a confiança institucional na EaD.


  4. Custo e escala — para muitas IES privadas, modelos EaD viabilizam grande escala com custos variáveis menores por aluno.


  5. Demanda por formações tecnológicas e de curta duração — cursos tecnológicos e licenciaturas migraram para EaD, respondendo à demanda por qualificação rápida e pelo mercado.



Benefícios — o que a expansão pode trazer de positivo


  • Maior inclusão educacional — ampliar vagas para quem reside longe de centros urbanos ou não pode interromper emprego.


  • Diversificação de oferta — novos cursos tecnológicos e modulares que dialogam com demandas regionais e do mercado de trabalho.


  • Potencial de inovação pedagógica — uso de dados, ambientes adaptativos e microcredenciais pode enriquecer trajetórias formativas.


Quando bem arquitetada, a EaD amplia oportunidades e pode reduzir desigualdades de acesso — especialmente se combinada a políticas que ofertem conectividade e apoio presencial local (polos, tutorias, laboratórios).



Riscos e desafios a administrar agora


  1. Qualidade e aprendizagem efetiva — estudos e especialistas alertam para risco de queda na aprendizagem se modelos EaD forem implementados apenas como escala comercial sem tutoria e avaliação robusta.


  2. Evasão e retenção — taxas de abandono tendem a ser maiores em alguns perfis EaD; é necessário investimento em acompanhamento, tutoria e estratégias de engajamento.


  3. Desigualdade digital — a ascensão da EaD pode ampliar a vantagem de quem tem boa conexão e dispositivos, aprofundando divisões regionais e socioeconômicas.


  4. Regulação e avaliação — a expansão exige mecanismos fortes de regulação, avaliação de cursos e indicadores de qualidade (níveis de aprendizagem, empregabilidade).



O que instituições e políticas públicas devem priorizar


  • Fortalecer regulação de qualidade: indicadores de aprendizagem, taxas de conclusão e avaliação externa devem orientar autorização e expansão de cursos.


  • Investir em tutorias e apoio presencial híbrido: polos, laboratórios e ações locais que complementem o online.


  • Programas de inclusão digital: subsídios, parcerias com provedores e políticas públicas para reduzir o fosso de conectividade.


  • Formação docente específica para EaD: capacitação em design instrucional, mediação online e avaliação formativa.


  • Transparência para o estudante: informação clara sobre perfil do curso, indicadores de sucesso e mercado de trabalho.


Implementar essas prioridades é essencial para que o aumento de vagas se traduza em aprendizado real e impacto social positivo.



Conclusão


O recorde de 10,2 milhões de matrículas no ensino superior e a consolidação da EaD como modalidade majoritária representam uma transformação profunda do sistema universitário brasileiro. É uma conquista de acesso — mas que exige responsabilidade: qualidade, equidade e regulação precisam acompanhar a expansão. Se as instituições e as políticas públicas agirem com foco em aprendizagem, inclusão digital e formação de docentes, o novo padrão pode ampliar oportunidades reais para milhões de brasileiros. Caso contrário, corremos o risco de crescer em números sem crescer em educação.



💬 Comente abaixo: onde sua instituição precisa agir primeiro — qualidade, inclusão digital ou formação docente? Compartilhe este artigo para ampliar o debate.





Fontes e leituras recomendadas



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Meta description: Em 2024 o Brasil ultrapassou 10,2 milhões de matrículas no ensino superior e a modalidade a distância se consolidou como maioria. Entenda números, causas, benefícios, riscos e recomendações para políticas públicas e instituições.

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